O Liverpool informou, na noite desta sexta-feira, que a camisola com o número 20 será “para sempre” de Diogo Jota, procedendo à retirada do referido número em todos os escalões, com um pormenor tocante a saltar à vista na hora do anúncio.
Tal publicação nas redes sociais aconteceu, precisamente (e propositadamente), às 20 horas e 20 minutos (horário local e de Portugal Continental), num gesto que não passou despercebido a alguns adeptos, que fizeram questão de assinalar essa particularidade, sensivelmente uma semana após o trágico acidente de viação que conduziu à morte de Diogo Jota, bem como do irmão André Silva.
“Foi o número que ele vestiu com orgulho e distinção, liderando incontáveis vitórias. Diogo Jota será para sempre o número 20 do Liverpool. Após consultar a sua mulher, Rute, e a família, o clube pode anunciar que o número será retirado, em honra e memória de Diogo Jota, a todos os níveis, incluindo na equipa feminina e na formação. Esta decisão é o reconhecimento não apenas do contributo que o nosso rapaz de Portugal deu em campo nos últimos cinco aos, mas também pelo profundo impacto que teve nos colegas e adeptos, e nas relações eternas que construiu com eles”, explicou o clube de Anfield.
De referir que, durante a tarde, o plantel do Liverpool já havia prestado uma nova homenagem a Diogo Jota e André Sila (ex-Penafiel), ao deslocar-se até ao longo memorial construído em Anfield, na companhia de alguns familiares dos dois futebolistas portugueses.
Tragédia ‘abalou’ o mundo do futebol
No passado dia 3 de julho, Diogo Jota encontrava-se a caminho de Inglaterra, mas foi aconselhado a deslocar-se de automóvel (e só depois de ferry), em vez de avião, por motivos de saúde. Em função da mais recente intervenção cirúrgica ao pulmão a que foi submetido, já depois da conquista de Portugal na Liga das Nações, o ex-avançado do Liverpool recebeu indicação para não fazer a deslocação de avião, de forma a evitar a pressão da cabine, pelo que o plano passava por chegar a Santander, em Espanha, partindo num barco com destino a Portsmouth, num percurso de cerca de 30 horas.
O fatal acidente aconteceu na A-52, na zona de Zamora, a cerca de 350 quilómetros do local, na sequência de um despiste que terá sido causado pelo rebentamento de um pneu, enquanto era realizada uma ultrapassagem, seguindo-se um incêndio. Os últimos resultados da investigação da Guarda Civil espanhola apontaram ainda para um possível excesso de velocidade.
O velório foi realizado esta sexta-feira, enquanto o funeral aconteceu no passado sábado, em Gondomar, num momento que atraiu muitas personalidades ligadas ao mundo do desporto, desde os plantéis de Liverpool e Penafiel (onde jogavam Diogo Jota e André Silva, respetivamente) a diversos internacionais portugueses, sem a presença de Cristiano Ronaldo.
Diogo Jota representava atualmente o emblema de Anfield, onde jogava desde a temporada 2020/21, tendo disputado 182 jogos pelos reds e marcado 62 golos. Em Portugal, o minhoto jogou com a camisola do Paços de Ferreira antes de ser transferido para o Atlético de Madrid, altura em que foi emprestado ao FC Porto, onde ficou apenas uma temporada antes de ser novamente emprestado para Inglaterra, para representar o Wolverhampton, que militava no Championship, tendo ficado a título definitivo por uma quantia de 14 milhões de euros.
Depois de mais duas temporadas ao serviço do Wolves, rumou a Liverpool por cerca de 45 milhões de euros, onde tinha estado nas últimas cinco temporadas (com destaque para a conquista da mais recente Premier League), enquanto se prepara para iniciar a sexta época pelo clube de Anfield. Tudo aconteceu após um mês em que o antigo avançado, de 28 anos, conquistou a sua segunda Liga das Nações, ao serviço de Portugal, para além de se ter casado no passado dia 22 de junho, deixando três filhos, na sequência do fatal acidente.