Depois da morte de Diogo Jota e do irmão André Silva, ambos vítimas de um acidente de viação, em Espanha, o futebol português está, novamente, de luto, desta feita por Jorge Costa, um nome incontornável, dentro e fora das quatro linhas, na historia do FC Porto.
O diretor de futebol dos dragões sentiu-se mal, ao início da tarde desta terça-feira, quando se encontrava no centro de treinos do FC Porto, no Olival. Foi transportado, de urgência, para o Hospital de São João, em Paranhos, no Porto. Ainda assim, o dirigente não sobreviveu a uma paragem cardiorrespiratória na sala de emergência, o que originou o seu falecimento aos 53 anos de idade.
Em maio de 2022, recorde-se, Jorge Costa já tinha sofrido um enfarte, pouco tempo depois de ter abandonado o comando técnico dos tunisinos do CS Sfaxien. Na altura, foi levado para o Hospital de Cascais, e, posteriormente, internado no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, onde foi submetido a um cateterismo.
Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, Paulo Alves não esconde a emoção ao recordar o defesa-central, antigo companheiro na formação do FC Porto.
“Guardo comigo as memórias de alguém que era exigente com ele próprio e com os outros. As pessoas só conhecem o lado do Jorge Costa dentro de campo, mas fora das quatro linhas há a pessoa, com um enorme coração e sempre alegre. Perdi um bom amigo”, começa por dizer o experiente técnico, de 53 anos, recordando as intensas ‘batalhas’ vividas dentro de campo:
“Era um adversário difícil, duro na marcação, mas leal. Ele dizia-me para sair da beira dele, que ia matar-me, mas eram os contextos do futebol na altura, essencialmente físico. No entanto, nunca perdemos a amizade por absolutamente nada. Quando o apito apitava para o final do jogo, tudo ficava sanado entre nós. Em campo, o ‘Bicho’ era um animal competitivo, com uma entrega e determinação fora do normal. Sozinho, personificava os valores do FC Porto, baseados no querer ganhar, na atitude. Eu defrontei-o muitas vezes e sentia isso. Com ele em campo, os companheiros nunca estavam relaxados. Não é por acaso que o José Mourinho conta muitas histórias sobre a liderança do Jorge Costa no balneário…”
O arranque do campeonato está agendado para sexta-feira, com a receção do Casa Pia ao Sporting, e Paulo Alves deixa um apelo ao plantel portista liderado por Francesco Farioli.
“A vontade de ganhar a Liga [algo que não acontece há três temporadas] é muita, mas acredito que esta morte vá mexer ainda mais com os jogadores devido a proximidade que existia no quotidiano. São sempre situações marcantes e seria uma bela maneira de homenagear mais um grande símbolo do clube. Em fevereiro, foi o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa e agora o Jorge Costa. O ano de 2025 está a ser difícil”, completa o antigo avançado.